Autor: Neil Gaiman
Gênero: Ficção, fantasia, romance
Páginas: 208
Editora: intrinseca
Admito que adiei minha leitura desse livro por um tempo
indefinido. E dois anos depois de seu lançamento, dei uma pausa na leitura de
nacionais, para finalmente mergulhar sem medo nesse lago.
E, se assim como eu, você curte a ideia de lembranças
ensopadas num oceano que cabe num balde, bom, esse é o livro certo para gente. Não
poderíamos esperar menos do cara que escreveu títulos como Lugar Nenhum, Deuses
Americanos e Filhos de Anansi.
O protagonista da história não tem nome. Ele é um cara que encontra um oceano no fim do caminho toda vez que seu coração não vai bem. Ele procura a fazenda das Hempstock, a mais antiga do condado. Desde sempre. Ele só não se lembra disso com frequência.
Um homem, quase no auge de sua meia idade, precisa voltar ao lugar onde passou a infância e boa parte da adolescência, para comparecer a um funeral. No meio do caminho, perdido em meio a lembranças de uma época remota, passa na fazenda das Hempstock. Lá ele senta num banco na frente de um lago e sua mente volta quarenta anos no tempo.
As lembranças podem ter mais nomes também, e no caso da
história desse livro é Ursula Monkton, a babá mais cruel que uma criança de
sete anos poderia sonhar. Ursula, um ser, digamos, sobrenatural, se disfarça de
humana e faz com que o pior lado da família do garoto, desperte. Claro que ela
não foi parar lá assim, aleatoriamente. E não vai ser fácil travar uma batalha
para devolver esse ser milenar à sua dimensão.
Mistério, uma ponta de horror e aventura permeiam o livro,
que é assim, bem fininho. Sou apaixonada pelo trabalho de Gaiman, que conheci
na adolescência, com os quadrinhos de Sandman.
O oceano no fim do caminho essencialmente É: As coisas são o que são e são também
muito mais do que pensamos. Você já viu um lençol que saiu voando do varal?
Bom, esse livro é isso: um lençol rosa e cinza todo costurado com retalhos de
lembranças que não conseguimos processar.
Gaiman é um cara que leio toda vez que preciso mergulhar
fundo no poço das coisas não ditas, mas que fazem todo o sentido, como esse
livro por exemplo.
Até a próxima folks! ;)
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