Autor: Felipe Castilho
Gênero: Ficção brasileira, aventura,
Páginas: 286
Editora: Gutemberg
Da série Legado Folclórico. Esqueça tudo o que você não sabe sobre folclore nacional. E Leia Ouro, Fogo & Megabytes. XD
Toda vez que escolho um livro
para ler, faço uma oração fortíssima ao santo universo dos livros incríveis.
Ela é assim: “por favor, que esse livro
seja incrível. Por favor, que esse livro seja incrível. Por favor, que esse
livro seja incrível. Amém também, brigada, de nada.”
Às vezes o livro faz a oração
valer a pena e aí você se sente na obrigação de compartilhá-lo, de avisar ao
mundo que há algo muito bom pra caramba e que precisa ser lido.
Pronto, foi assim que fiquei
quando li Ouro, Fogo e Megabytes, primeiro volume da série Legado Folclórico,
de Felipe Castilho.
OFM já começa com dois pés na
porta, quando abrimos a primeira página e tadá! Encontramos um belo de um glossário
para jogos online. Aqui já me senti em casa. Mas o mais legal MESMO é que esse
glossário além de causar identificação com quem já joga, funciona como um
dicionário para que não conhece mesmo a língua de alguns jogos, fazendo uma
ponte de inclusão literária. Ninguém fica de fora.
O protagonista é Anderson, um garoto de doze anos,
devidamente importado do interior de Minas Gerais. Não li muitos livros em que
o protagonista fosse negro. Então aqui vai mais um pontinho para OFM!
Quando digo que Anderson foi
importado do interior de Minas, quero dizer que ele foi “arrebanhado” para uma
missão especial em São Paulo, e teve de ser buscado em casa, sob uma esfarrapadíssima
desculpa, de que estava nas finais de uma copa de matemática. Logo ele, que não
tem talento nenhum para números e afins...
Imagine que você chega em casa —
depois de um dia de cão na escola — e seus pais estão super orgulhosos, pois o
filho deles está nas finais da Copa de Matemática. Imagine ainda que, ao chegar
em casa você encontra um anão na sua
cozinha, comendo o pão de queijo que a sua mãe fez, tomando o café. E este anão
tem a mesma voz de um cara muito estranho que ligou na noite anterior
oferecendo um trabalho muito suspeito para Anderson. Claro que você não aceita,
embora seus pais estejam enfeitiçados pela lábia do anão. Certo?
Agora adicione um elemento a mais
nessa equação: Anderson havia acabado de receber uma suspensão de três dias da
escola, por motivos bizarros. O que, como uma pessoa normal você faria? Claro
que ele toma a única decisão possível: embarcar nessa viagem misteriosa à São
Paulo, ganhar pontos com os pais e ainda não ter que explicar nadica de nada
sobre suspensão nenhuma. Todos saem ganhando, né? Decisão maturíssima,
totalmente aprovada, eu faria o mesmo! Hahahaha
Chegando em São Paulo, na sede da
Organização — Organização com O maiúsculo — o clima de mistério se instala e
nosso protagonista se vê obrigado a descobrir o que realmente está se passando
e quem são aquelas pessoas estranhas.
A partir do momento em que
Anderson é atacado por uma Cuca — sim, uma cuca, daquele tipo do Sítio do Pica
Pau Amarelo — ele percebe que está na hora de por os pingos nos is e resolver
aquela parada sinistra de uma vez por todas. E é bem aqui que ele vai descobrir
que a vida real pode ser muito mais fantástica e perigosa do que as batalhas
online de Batle of Asgorath.
Ouro, Fogo e Megabytes
surpreende. Não esperava que esse livro falasse do sentido real de amizade,
parceria, cooperação e consciência ambiental. Esperava muito menos que ele
falasse sobre essa coisa que nasce com a gente: o incrível poder de dedicar
nossos talentos para construir ou destruir. E tudo isso num ritmo fácil de
levar, garantindo horas a fio de leitura sem cansaço e sem a sensação de estar
lendo uma chatice absoluta.
Quando li a última página e
fechei a contracapa, suspirei aliviada: Na minha mesa estavam os outros dois
volumes da série e eu não teria de me preocupar em sair por aí feito uma louca,
procurando a próxima leitura.
Leitura mega recomendadíssima!
Até a próxima! ;)
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