Autor: Annie Darling
Editora: Verus Editora
Gênero: Romance, Ficção
Páginas: 308
Posy Morland, uma mulher de vinte e oito anos, recebe de herança uma livraria que está a beira da falência. Apesar dela achar que não tem o minimo talento para gerir um negócio, ela resolve encarar o desafio de salvar a livraria e para isso, terá o apoio do seus colegas de trabalho (que agora são também seus funcionários) do seu irmão mais novo Sam e de Sebastian, o cara com quem ela brigou a vida toda, mas que é neto da dona anterior da livraria.
Posy viveu toda a sua vida na livraria chamada "Bookends". Seus pais trabalhavam lá. O pai como administrador, e a mãe gerenciava o salão de chá anexo a livraria. Nossa protagonista adquiriu um imenso amor aos livros, sobretudo romances de época, filha de pais eruditos, e passando a vida toda entre livros, seria natural que ela, ao crescer, também acabasse trabalhando lá.
E então, algo trágico acontece na pacata vida de Posy: um pouco depois de completar vinte um anos, ela perde os pais e um acidente de carro. Sobrando apenas ela e o irmão caçula, com então oito anos. Ela assume o papel de cuidar do irmão, e recebe o apoio de Lavínia, que oferece o apartamento na parte de cima da livraria para que a moça possa morar com o irmão.
Oito anos se passam, e então é a vez de Lavinia, a dona da Bookends partir também. Ela deixa a livraria para Posy, com a condição de que ela salve a livraria da falência em até dois anos. Caso contrário, a livraria passaria para as mãos de Sebastian Thorndyke.
A partir disso, Posy, que nunca se imaginou dona de nada, e sempre teve problemas com a vida fora das páginas dos livros, aceita o desafio de renovar totalmente a livraria, direcionando-a para apenas um nicho literário, lidando com livros de contabilidade, brindes, promoções, produção de eventos e tudo o que você puder imaginar que a reabertura de uma livraria possa significar. E em meio a isso, ela também tenta manter encontros românticos, lidar com o trauma da perda dos pais e criar o irmão. Ou seja, temos uma personagem complexa em um cenário simples, mas que perde suas cores e camadas quando precisa interagir com Sebastian. Cada encontro é uma briga, ou um desentendimento meio sem nexo e ela xinga o cara de grosso mesmo quando ele está tentando ajudar e chega a ser irritante como Posy sempre diz que Sebastian é um grosso, umas 10 vezes por capítulo. Eu não estou brincando. Eu contei a palavra "grosso" 39 vezes. Num livro de 22 capítulos (me imagine gritando por dentro nesse momento)!
Sebastian é raso, e suas falas não parecem ter nexo. Ele é um empreendedor digital de sucesso, e que, aparentemente consegue se comunicar com qualquer pessoa que não seja Posy. Ele age como se soubesse tudo e desdenha de Posy sempre que pode, além de, simplesmente, não aceitar "nãos" como resposta. Ele é apresentado como o cara mais grosseiro de Londes, embora seus atos não pareçam tão grosseiros quanto o livro fica tentando nos empurrar goela abaixo.
A presença constante Sebastian, junto com todas as outras coisas que Posy precisa lidar, lhe deixam num estado de nervos tão grande, que ela, para desestressar, passa a escrever uma fanfic erótica de época, chamada, cof-cof "Violada pelo devasso". Ler os capítulos dessa fanfic, me fizeram sentir uma baita vergolha alheia, e depois de ler duas partes, eu simplesmente desisti, e pulei (sem nenhum remorço) esse conteúdo do livro toda as vezes em que apareceu novamente. Sinceramente, pulei até mesmo as linhas de diálogo entre Posy e Sebastian, porque, por mais que eu me esforçasse, os diálogos eram estranhos e mal encaixados na maior parte do tempo.
A relação deles no livro é cansativa, e por isso, segui a leitura focando no que realmente estava me importando no livro: a reabertura da Bookends, agora como "Livraria Felizes para Sempre", como a equipe da livraria faria para a poiar a Posy. O cenário da vila comercial super fofo, o desenvolvimento do irmão caçula de Posy. E ver a própria Posy parar de fugir das coisas e encarar que realmente seus pais se foram e que não iam voltar e que não dava para manter as coisas iguais como eram antes deles partirem. Tudo isso me fez terminar a leitura ignorando o relacionamento "româtico" da protagonista solenemente.
"A Pequena livraria dos corações solitários" tinha tudo para ser um romance tranquilo, daqueles que a gente pega pra ler e passar o tempo com uma história leve e aconchegante. Mas acabou sendo uma leitura que me deixou com sentimentos contraditórios. Se por um lado adorei o cenário: uma livraria em uma pequena vila comercial no centro de Londres, e também curti a maior parte dos personagens apresentados na história, eu detestei os protagonistas.
Esse livro é o primeiro de uma série de quatro volumes, em que, cada um da livraria tem sua históra de amor. Ainda tenho dúvidas se lerei os outros, pois como gostei bastante dos outros personagens apresentados, tenho medo deles simplesmente terem suas essências distorcidas quando passarem a serem protagonistas (sinto um cheiro de trauma aqui, e acabei de fazer uma nota mental de levar isso para terapia).
Pois é, folks, vou ficando por aqui e sim, essa é uma daquelas raras resenhas em que não indico a leitura. Mas é para isso que estamos aqui, não é? para falar com sinceridade do que estamos lendo.
Até a próxima!
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