Boa noite, queridos e queridas do meu coração!!!
Cá estamos com mais uma edição especial do PIPOCA COM
MOSTARDA! Como prometido na edição anterior, trouxe uma obra avassaladora de
corações do Studio Ghibli. Não me refiro a ela assim por se tratar de amor
(apesar de ter muito amor envolvido), mas por se tratar de uma animação que vai
mudar completamente sua percepção de mundo. Trago para vocês “O Túmulo dos
Vagalumes” ou “Hotaru no Haka”!
Alguns de vocês já devem ter ouvido falar ou já se depararam
com sua presença em listas na internet quando se referem a filmes tristes e fortes, muito diferente de tudo aquilo que conhecemos do Studio Ghibli, que
costuma retratar histórias bonitas, motivacionais para crianças e adultos.
Definitivamente esta não é indicada para crianças.
Atenção! Não indico essa animação para pessoas emocionalmente
sensíveis. Vamos ao enredo?
O Túmulo dos Vagalumes retrata a dura trajetória de
sobrevivência de dois irmãos menores de idade durante a Segunda Guerra Mundial
no Japão. O menino mais velho se chama Seita e a mais nova, Setsuko, o pai
deles é convocado para defender o país e a mãe deles acaba por falecer em um
bombardeio de aviões norte-americanos. A partir disso a luta começa, em meio a
muitas situações das mais adversas, desde doença, falta de compaixão das pessoas,
pobreza, miséria e fome. Tudo é muito bem retratado e de maneira tão natural
que acabamos por nos envolver e ter a impressão de ser um retrato de uma
história real, sentimos que eles são reais.
A história é cruel e de uma sutil violência, entre
brincadeiras, inocência e sonhos os dois têm que aprender desde cedo a conviver
com a perda. Após terem se tornado órfãos, ambos passam a morar com a tia, mas
isso não os ajuda por muito tempo, com relação a isso descobrirão sozinhos quando
assistirem. O tempo todo, ficamos com a esperança ingênua no peito de que algo
aconteça de bom e os tire dos apuros, uma falsa esperança.
O diretor, Isao Takahata, quis
mostrar nesta obra que a guerra não é bonita e a dor e destruição dela não
cessa quando a guerra termina. Pessoas inocentes, crianças são os que mais
perecem e sentem os efeitos de uma guerra, quem realmente sofre são as pessoas
que nada puderam escolher e que muitas vezes nem entendem o que está
acontecendo com o país. Uma mensagem muito clara é: A guerra nunca traz nada de
bom para ninguém. Em um cenário em que a qualquer momento pode-se morrer por um
bombardeio, enquanto dorme, enquanto janta ou almoça com a família, as pessoas
se transformam, a forma de viver de uma nação se transforma e vemos isso com
frequência.
O filme é muito bonito, colorido e fluido. Apesar de muitas
cenas preocupantes e com um peso muito grande, não temos uma paleta de cores
cinza e as vezes nos esquecemos que se trata de um filme de guerra. Seita é um irmão muito responsável que faz de
tudo para cumprir o último desejo de sua mãe: Cuidar da irmã.
De uma maneira geral, eu chorei muito e não importa quantas
vezes assista eu chorarei. Pode não se tratar de uma história real a dos dois
irmãos, mas sabemos que neste exato momento e na Primeira e Segunda Guerra,
muitas famílias, crianças e pessoas passaram por situações semelhantes, por
vezes muito piores. O filme nos faz agradecer pelo arroz que comemos, pelo
guarda chuva que usamos e por esse belo tempo de paz que passamos. Coisas que
para nós não passa de algo corriqueiro, para eles é motivo de alegria, sorrisos
e festa... motivo de muita gratidão.
Definitivamente não saímos os mesmos depois de assistir ao Hotaru no Haka, então escolha bem o dia que
irão assisti-lo. Vou ficando por aqui com essa bela e devastadora indicação que
fiz hoje a vocês.
Espero que apreciem
como eu apreciei, que sintam como eu senti e que absorvam a mensagem. Deixo com
vocês um belo e BIG BALDE de PIPOCA COM MOSTARDA para amenizar, heim!
Até a próxima,
galerinha!
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