A Louva Deus: Uma Série de Matar!
Boa noite, minhas crianças!
Mais uma vez venho trazer uma indicação para o mês (ou para a semana dependendo do seu nível de vício) de uma série!
A série dessa vez reúne em um personagem uma pessoa condenada a prisão perpétua, ardilosa, manipuladora, extremamente inteligente e mãe. Isso mesmo, uma mãe, uma mulher. E, sim, aqui está a minha homenagem ao dia internacional das mulheres!
Esta série é a do tipo que eu costumo chamar de "pra levar pra
marmita", pois não vai ficar só na mesa do jantar. Ou seja, se você tiver
uma percepção um pouco melhor que uma pedra (Haha') vai ver o mundo, as
notícias na tv, as histórias e atitudes das pessoas com outros olhos, com outro
coração, com empatia. Vemos tantas notícias na TV de assassinos horríveis
que confortam nosso ego no sentido de "sermos normais" e que jamais
faríamos "aquilo". Depois de assistir esta ilustre obra francesa
passei a enxergar esse abismo entre nós e o suposto culpado como uma leve e
tênue linha de giz.
A Louva Deus, série disponível na Netflix, dirigida por Alexandre Laurent e criada por Alice Chegaray-Breugnot,
Grégoire Demaison, Nicolas Jean e Laurent Vivier promete uma bela trama investigativa policial para aqueles que gostam de
ter contato com questões psicológicas, um belo exemplo da frase "o bom
capeta não nasce pronto".
Não vou dar nem uma lesguinha de spoiler neste
post e vou seguir a vibe de entrelinhas e mistérios que verão abundantemente ao
assistirem esses maravilhosos 6 episódios. Sim, somente seis episódios. Mas
confiem, a série é de qualidade incontestável que soube aproveitar muito bem sua
duração e ritmo, fazendo o espectador se envolver no nível certo.
Analisando atentamente, pode-se perceber em raras cenas alguns furos básicos na amarração dos acontecimentos da ficção com a realidade, mas nada relevante no real impacto que a obra quis causar no espectador, que seria te colocar no centro de um relacionamento de uma Serial Killer condenada nos anos 90 e seu filho policial.
No decorrer dos
acontecimentos nos vemos no lugar tanto do filho Damien (imagem abaixo) e da mãe Jeanne (imagem acima). Socialmente somos mais semelhantes à visão
de Damien com relação a vida: certo ou errado, preto ou branco! E quando passamos
a nos conectar e perceber nuances da história de Jeanne nos vemos em uma
encruzilhada daquilo que nós mesmo impomos, daí começamos a ver algumas escalas
cinzas.
A trama levanta muitas questões morais e delicadas de
maneira fluida, do qual quem assiste se sente gentilmente guiado em uma excursão.
Não há quem assista essa série (e que tenha captado a essência) com uma opinião
certa e imbatível no final. Tanto no enredo quanto na cinematografia a direção
foi esplêndida, a escolha dos atores não poderia ter sido melhor.
As cores e
iluminação dos ambientes supriram a falta de uma trilha sonora mais envolvente
que em alguns momentos percebe-se que emoção da cena é deixada sob a atuação
dos personagens, mas em minha opinião estamos acostumados com os filmes
hollywoodianos em que tudo é explosão e orquestra nos momentos de tensão e etc.
Vamos lembrar que este é um filme francês, da França mesmo, oui?
A Jeanne Deber (interpretada por Carole Bouquet), possui uma expressão fria e um típico
comportamento que interpretamos como os de um psicopata, mas que com o decorrer
das verdades passamos a sentir empatia e a perceber que possuímos a mesma
vontade de fazer o que ela fez (ou pior). E é aí que o abismo transforma-se em
uma linha de giz. A Louva Deus consiste em uma assassina em série que puniu (torturou
e matou) homens do qual considerava “maus”.
E, como na maioria de nossos
julgamentos, passamos a enxergar o indivíduo a partir do ápice do acontecimento,
nunca avaliamos o que a levou agir de determinada maneira, quando pensamos
sempre tem aquele pensamento “mas não está certo fazer isso”, “mas poderia ter
agido de outra maneira” e é nesse momento que estamos nos confortando e colocando
o evento no rótulo preto, ainda mais quando se trata de um assassinato.
Meu conselho é que assistam no estilo maratona mesmo,
tive a impressão que se tratava de um filme de tanto que me envolvi, então do
nada havia terminado me deixando um sentimento de quero mais. Pretendo postar a
análise com bônus e teorias, mas até lá fica a lição de casa.
Então, minhas
crianças, assistam! Seja em uma dose só ou homeopaticamente, mas sempre com
muuuuita PIPOCA COM MOSTARDA!
Até a próxima! Au revoir!
Ass: Jeniffer Alba
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