Conexão Magia

em terça-feira, 20 de março de 2018

Autor: Helena Gomes e Rosana Rios
Gênero: Fantasia / Aventura
Páginas: 430
Editora: Rocco
Selo: Novos Leitores


Eita nóis! É a expressão que me veio na cabeça várias vezes durante a leitura desse livro. Tem tanta coisa para falar de Conexão Magia que é necessário por as ideias em ordem antes de começar começando essa resenha!


Gael é um garoto de catorze anos, aparentemente levando uma vida comum e pacata com sua família adotiva que administra um bar nas imediações do metrô Tietê.

As coisas iam tranquilas, até que, durante uma excursão da escola, um cara marrento montado num cavalo, tenta matar Gael. E a partir daí, o garoto vai precisar de toda ajuda possível para se manter vivo e descobrir porque diabos todos dizem que ele nunca deveria ter nascido.

A história se passa em São Paulo, mas também em Salvador e Rio de Janeiro. No universo desse livro, existe o mundo humano comum sem magia que ignora completamente que existem humanos que escolheram viver em Conexão com a Magia [sacou o motivo do titulo do livro, né?]. Não se tratam de seres mágicos, mas de HUMANOS que vivem através de magia. Claro que existem as fadas, os homens-onças, sereias... eles estão lá, mas não são o foco da história.

Ao longo das eras, clãs inteiros optaram por viver do lado de lá da realidade: índios, africanos, celtas, mouros, saxões, portugueses... e com a magia, escolheram também manter suas tradições, algumas delas bem ruins, como escravagismo e tratamentos violentos dispensados às pessoas consideradas “traidoras”. E assim, temos um intricado e complexo sistema social arcaico em Conexão Magia, tão frágil, que qualquer coisa pode fazer explodir uma guerra entre os clãs. E é exatamente isso que vai acontecer.

Imagine que dentro das grandes cidades existem vilas inteiras, ou outras cidades dentro das cidades, cheias de pessoas que se vestem como na idade média, mas usam celulares e internet, rede de esgoto, e tem carros! — tudo devidamente ocultado dos olhos comuns, através da Conexão Magia.
Ler CM foi como ver um filme empolgante, cheio de ação em que a gente fica torcendo pras coisas se resolverem logo!

Com personagens bem construídos, a gente percebe que o anseio deles é bem parecido com o nosso: todos queremos amor. Todos desejamos encontrar o nosso lugar no mundo.

Destaque para Viriato: um cara que arrasta muitas sombras do passado e tenta fazer as coisas certas, mesmo quando está fazendo tudo errado. O livro todo tem uma pegada de conto medieval com realidade atual, com capítulos dinâmicos em que a gente quer saber o que está havendo com todo mundo e não dá tempo para mais nada: o leitor vai sendo consumido pela leitura e aí, meu amigo, só termina quando acaba.

O trabalho de pesquisa é evidente e ainda assim, não parece forçado no meio da leitura. As coisas acontecem e as informações vem junto, sem necessariamente termos que parar para recebê-las.

As personagens femininas são marcantes: Oriana (mãe de Gael) é forte e impetuosa, Anuk (uma mistura de raptora + amiga + namorada de Gael e 2% vilã) é um terremoto: se esconde atrás de uma carranca mal humorada e mandona e por onde passa não deixa nada em pé. Mas isso é só uma forma de esconder seu coração frágil e constantemente machucado. Carol (irmã mais velha de Gael) é corajosa, romântica e um doce de pessoa. Essas são apenas algumas das personagens femininas de Conexão Magia, tão bem desenvolvidas, que dá quase para tocá-las.

Para terminar essa resenha, só posso dizer uma coisa: “Adorei Conexão Magia e irei protege-lo!”
Leitura indicada para quem curte uma fantasia bem elaborada (sério, dá para montar fácil um sistema de RPG para essa aventura), personagens vívidos e tramas dignas de romances da realeza.
Vou ficando por aqui, folks!
Até a próxima!


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