Gênero: Fantasia / Aventura
Páginas: 430
Editora: Rocco
Selo: Novos Leitores
Eita nóis! É a expressão que me veio na
cabeça várias vezes durante a leitura desse livro. Tem tanta coisa para falar
de Conexão Magia que é necessário por as ideias em ordem antes de começar
começando essa resenha!
Gael é um garoto de catorze
anos, aparentemente levando uma vida comum e pacata com sua família adotiva que
administra um bar nas imediações do metrô Tietê.
As coisas iam tranquilas, até
que, durante uma excursão da escola, um cara marrento montado num cavalo, tenta
matar Gael. E a partir daí, o garoto vai precisar de toda ajuda possível para
se manter vivo e descobrir porque diabos todos dizem que ele nunca deveria ter
nascido.
A história se passa em São
Paulo, mas também em Salvador e Rio de Janeiro. No universo desse livro, existe
o mundo humano comum sem magia que ignora completamente que existem humanos que
escolheram viver em Conexão com a Magia [sacou
o motivo do titulo do livro, né?]. Não se tratam de seres mágicos, mas de HUMANOS
que vivem através de magia. Claro que existem as fadas, os homens-onças,
sereias... eles estão lá, mas não são o foco da história.
Ao longo das eras, clãs
inteiros optaram por viver do lado de lá da realidade: índios, africanos,
celtas, mouros, saxões, portugueses... e com a magia, escolheram também manter
suas tradições, algumas delas bem ruins, como escravagismo e tratamentos
violentos dispensados às pessoas consideradas “traidoras”. E assim, temos um
intricado e complexo sistema social arcaico em Conexão Magia, tão frágil, que
qualquer coisa pode fazer explodir uma guerra entre os clãs. E é exatamente
isso que vai acontecer.
Imagine que dentro das grandes
cidades existem vilas inteiras, ou outras cidades dentro das cidades, cheias de
pessoas que se vestem como na idade média, mas usam celulares e internet, rede
de esgoto, e tem carros! — tudo
devidamente ocultado dos olhos comuns, através da Conexão Magia.
Ler CM foi como ver um filme empolgante, cheio
de ação em que a gente fica torcendo pras coisas se resolverem logo!
Com personagens bem construídos, a gente
percebe que o anseio deles é bem parecido com o nosso: todos queremos amor.
Todos desejamos encontrar o nosso lugar no mundo.
Destaque para Viriato: um cara que arrasta
muitas sombras do passado e tenta fazer as coisas certas, mesmo quando está
fazendo tudo errado. O livro todo tem uma pegada de conto medieval com
realidade atual, com capítulos dinâmicos em que a gente quer saber o que está
havendo com todo mundo e não dá tempo para mais nada: o leitor vai sendo
consumido pela leitura e aí, meu amigo, só termina quando acaba.
O trabalho de pesquisa é evidente e ainda
assim, não parece forçado no meio da leitura. As coisas acontecem e as
informações vem junto, sem necessariamente termos que parar para recebê-las.
As personagens femininas são marcantes: Oriana
(mãe de Gael) é forte e impetuosa, Anuk (uma mistura de raptora + amiga + namorada
de Gael e 2% vilã) é um terremoto: se esconde atrás de uma carranca mal
humorada e mandona e por onde passa não deixa nada em pé. Mas isso é só uma
forma de esconder seu coração frágil e constantemente machucado. Carol (irmã
mais velha de Gael) é corajosa, romântica e um doce de pessoa. Essas são apenas
algumas das personagens femininas de Conexão Magia, tão bem desenvolvidas, que
dá quase para tocá-las.
Para terminar essa resenha, só posso dizer uma
coisa: “Adorei Conexão Magia e irei protege-lo!”
Leitura indicada para quem curte uma fantasia
bem elaborada (sério, dá para montar fácil um sistema de RPG para essa aventura),
personagens vívidos e tramas dignas de romances da realeza.
Vou ficando por aqui, folks!
Até a próxima!