Battle Royale

em segunda-feira, 15 de maio de 2017


Autor: Koushun Takami
Gênero: FicçãoPáginas: 664
Editora: Globo Livros

“Battle royale foi publicado em 17 países e é considerado o inspirador de jogos vorazes. Em 2000, ganhou uma adaptação para o cinema com o ator Takeshi Kitano e a atriz Chiaki Kuriyama, de Kill Bill. O Cineasta Quentin Tarantino declarou que Battle é a história que ele sempre quis filmar.”

Ok. Com uma apresentação dessas, quem não ia querer ler esse livro não é mesmo? Bom, eu enrolei um tempão.  Mesmo sem nunca ter lido o mangá ou assistido o filme, eu sabia que se tratava de uma história pesada, com mortes do inicio ao fim.


A história se passa na Grande Ásia Oriental. Um tipo de Japão fictício que se transformou em um país que vive sob duras normas totalitaristas. Mas isso é apenas um background. Essa história poderia se passar em qualquer outro lugar, que a matança ia rolar solta do mesmo jeito. O foco aqui é como o ser humano se comporta em situações de extrema pressão e paranoia.

A cada ano, um grupo de alunos da nona série de qualquer lugar do país é convocado para participar do Battle Royale: Um jogo que consiste em matar seus colegas de classe até que reste apenas um sobrevivente.
Battle começa com as impressões de Shuya Nanahara sobre seus colegas durante uma viagem de excursão da escola, fazendo do primeiro capítulo uma breve apresentação de quem encontraremos nos restante dos outros setenta e tantos capítulos.


Tirando os 3 capítulos iniciais, que servem somente para ambientação e para percebermos que Shuya é o protagonista, o restante do livro passeia entre os quarenta e poucos estudantes e muitas formas de morrer. Battle é cruel e a gente passa o livro inteiro clamando por justiça. E nesse ponto, a leitura é bem frustrante.

Não consegui detectar nenhuma mensagem, nada relacionado à esperança. Há somente um jogo insano, adolescentes maníacos e uma nada provável amizade entre os integrantes do núcleo da história. Fim.

Mas mesmo assim, a leitura de Battle trouxe um questionamento interessante: Como eu agiria se estivesse no lugar daqueles alunos? Entraria no jogo, me suicidaria? Surtaria? Não cheguei a nenhuma conclusão, mas parei para pensar que, ninguém tem fórmula pronta para nada, não importa o quanto a gente treine, se prepare e especule.

A narrativa é um pouco enfadonha, mas necessária para ambientar as sequências das cenas, a cada novo capítulo um lugar diferente é descrito. Algumas cenas inclusive, dão desespero, como a sequência em que Shinji Mimura é apanhado. E não por acaso eu tinha escolhido esse personagem para torcer. Mesmo que eu tivesse prometido que não ia me apegar a ninguém, pois não sabia quem restaria vivo.

Há um loop bem interessante na história, que talvez só os mais observadores capitem. Mas tecnicamente, tem a ver com um lápis e Kinpatsu Sakamochi, o “vilão” mais nojento de Battle.

Eu realmente não curto carnificina. Então por que eu li? 1- curiosidade; 2- eu já disse que estou me esforçando para ter um ano de leitura mais eclética, saindo um pouco da fantasia e dos vampiros (admito que tenho falhado um pouco nisso, hehehe).

Não sei se é porque eu li Battle com os dois pés atrás, mas rolou praticamente zero empatia com os protagonistas. Mas Shogo continua sendo um bom personagem, seu ar dubio me deixou intrigada sobre suas intenções até o fim.
O projeto gráfico é bem caprichado, com aplicações em alto relevo, e a edição brasileira me lembrou bastante a original, com as core vermelho e preta em contraste.

Livro indicado para quem tem curiosidade sobre a obra e gostaria de conhecer a fonte do mangá e do filme. E para quem curte livros de pressão psicológica. O que, definitivamente, não é o meu caso.

Até a próxima folks!

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