Autor: Osamu Tezuka
Páginas: Média de 230
páginas
Volumes: 3 volumes
Editora: New Pop
“Eu sou o Conde Drácula! Direto do meu castelo envolto pela névoa da
Transilvânia… PARA O MUNDO! Don Drácula é um nobre conde da Romênia, que
se mudou para o Japão com sua filha Chocola e seu mordomo Igor,
sedento pelo sangue de jovens garotas virgens e de novas aventuras!”
Essa é a apresentação da série
Don Drácula, lançada pela New Pop em 2015. E esse mangá é mais uma pérola do
mestre Tezuka, que usa cenários e personagens no sense para falar de coisa
séria.
Conde Drácula “se mudou” para o Japão
com sua filha Chocola (que na animação aqui no Brasil recebeu o nome de Sangria)
e se mete em várias confusões ao tentar se alimentar do sangue de belas jovens
virgens.
O Drácula de Osamu é daquele tipo
de personagem que até se esforça para ser odiado e temido (principalmente
temido) mas acaba sendo fofo. Talvez ele tenha sido a versão dos anos 70 do meu
malvado favorito.
Chocola é uma garota sensível, e
convenhamos, o único ser vivo ali que tem um pouco de bom senso.
Igor, o mordomo, é só Igor. Lembra
bastante uma paródia de o Corcunda de Notre Dame (tem até uma piadinha parecida
com isso no terceiro volume) e sempre faz o possível para resolver as encrencas
que Drácula e Chocola arrumam.
No primeiro volume temos
praticamente a apresentação dos personagens, inclusive o aparecimento da mãe de
Chocola e do professor Helsing, com suas incômodas hemorroidas. A sim, tem a
Blonda também, uma mulher meio maluca que vive perseguindo Don Drácula.
No segundo volume temos uma aula
de referência: surge o marido de Blonda, Dorian Gray (qualquer semelhança com a
obra de Oscar Wilde não é mera coincidência). E uma aventura com homens peixes
que me deixou com o coração pesado...
Já o terceiro volume é bem mais
pesado que os anteriores, onde Drácula mostra-se ainda mais humano quando se
apaixona ou tenta devolver a família de um garotinho que ele flagrou tentando se
matar, entre outras coisas tristes, como caçadores tentando matar um filhote de
tigre e etc. Não consegui rir muito com o terceiro, simplesmente por sentir que
ele foi feito com um pesar velado.
Óbvio que para um leitor moderno,
tem muita fala no mangá que passa a quilômetros do politicamente correto, mas
se atentarmos ao detalhe de que ele foi escrito em 1979, talvez dê para dar um
desconto.
Visitando a Fest Comix de 2015, me
deparei com o 1º volume da série e a levei para casa. Quando postei uma foto da
nova aquisição no meu perfil do Facebook, o pessoal começou a comentar do anime
e foi então que descobri que Don Drácula é mais conhecido
no Brasil por sua versão em anime, exibida na TV Manchete nos anos 1980. Bom,
eu acompanhei os Cavaleiros do Zodíaco, Yuyu Hakusho, entre outros, mas ainda
não tinha nascido na época que Don Drácula foi exibido por aqui.
Acabei
tendo acesso aos 10 únicos episódios da série quando o amigo escritor Renato
Rodrigues me presenteou com essa relíquia.
No
mais, o que posso dizer é: sou fã do pai do mangá (estou montando aos poucos
minha coleção do mestre Tezuka), e Don Drácula é uma leitura leve e divertida e
que apesar disso, fala de coisas sérias sem perder o charme.
Até
a próxima! ;)
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