Autor: Neil Gaiman
Gênero: Ficção, Fantasia urbana, Romance
Gênero: Ficção, Fantasia urbana, Romance
Páginas: 383
Editora: Conrad | 1ª edição
2006
Essa
não é minha primeira resenha de um livro do Gaiman e muito provavelmente não
será a ultima. Mas há algo nesse livro de hoje que é bem especial para mim,
sendo sem dúvida, um dos meus favoritos indispensáveis.
Em
Os filhos de Anansi, temos Charlie. Um americano natural da Flórida que há
muito vive em Londres. Lá ele vive uma vida pela metade: Um emprego meio bom,
uma casa meio boa, um meio noivado. Mesmo achando que tudo poderia ser melhor,
acostumou-se com sua rotina meia-boca.
Afinal, ele mesmo não se achava assim, tão bom para ter uma vida plena.
Charlie
vê desmoronar o equilíbrio conquistado com tanto esforço quando recebe a
noticia do falecimento de seu pai.
Durante
a viagem para acompanhar o enterro, ele sofre ao lembrar o quanto o velho o
fazia se sentir desconfortável e pagar mico constantemente. Seu pai tinha sido,
no final das contas, o principal motivo para ter ido morar em outro país.
Viajar para seu antigo lar significava remoer velhas mágoas, visitar lembranças
que pareciam estar perdidas em algum porão antigo.
Embaixo
de todo aquele conformismo, dentro de Charlie havia um garoto que não
amadurecera o suficiente para se tornar homem. Para se tornar tudo o que ele
poderia ser.
Para
sua coleção de micos, Fat Charlie (como seu pai costumava chama-lo) chega
atrasado ao enterro do pai, e encontra um rapaz extremamente parecido consigo
mesmo, só que, com uma aparência, muito, muito melhor. Pouco tempo depois esse
rapaz se apresenta como irmão gêmeo de Charlie e resolve ajudar o irmão a ter a
vida que merecia ter.
Mas
as coisas não eram tão simples assim. Nem de longe. De onde “brotara” esse
irmão gêmeo? Por que seu pai jamais havia falado dele? E por que ele sabia
tanto de Charlie e Charlie não sabia nada dele?
A
jornada de Charlie é tão fascinante quanto a mitologia africana onde Gaiman
montou o cenário obscuro da trama. E é
tentando desvendar esse mistério e se livrar das confusões em que o suposto
irmão o mete “cheio de boas intenções”, é que Charlie finalmente acorda para si
mesmo e para o mundo.
A
narrativa é suave e tem aquele toque surrealista típicos das obras de Gaiman.
Quem acompanhou Sandman sabe do que estou falando. Esse recurso consiste
basicamente em narrar uma cena absolutamente insólita como se fosse a coisa
mais natural do mundo. Fim. E não importa quantas vezes esse cara use isso.
Sempre dá certo e eu sempre fico uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau.
Anansi
é o Homem aranha que conta histórias ao mundo. Na wikipedia tem a história caso
esteja curioso, mas já adianto que a versão contada por Gaiman em uma passagem
do livro é muito mais bonita.
A
nova edição lançada pela Intrínseca é linda, mas não abro mão de jeito nenhum
do meu exemplar lançado pela Conrad em 2006. Simplesmente adoro esse projeto
gráfico!
Leitura
indicada para quem adora fantasia urbana, romance e personagens super bem
desenvolvidos.
OBS:
Leitura obrigatória para fãs do escritor. E se achar que umas certas senhoras
são muito parecidas com umas outras certas senhoras de O oceano no fim do caminho, pode ter certeza que não é mera coincidência. Fica a dica.
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