Sinal e Ruído
Autor: Neil Gaiman | Arte: Dave MCkean
Páginas: 96
Editora: Conrad Editora
Páginas: 96
Editora: Conrad Editora
Série: Volume único
[Edição Especial]
Olhando hoje para minha estante,
percebo que a maior parte dos quadrinhos que tenho são do Neil Gaiman. Não
consigo lembrar se tive um surto ou se foram pequenas crises de abstinência. Me
senti órfã quando Sandman terminou.
Na verdade, me senti sem o meu alucinógeno
em quadrinhos e passei a consumir outras histórias do Neil. Poucas, admito, me
marcaram como Sinal e Ruído, mas ainda assim deixaram rastros doloridos como
Mr. Punch e Violent Cases, por exemplo.
Eu já disse que não sou uma
gourmet de quadrinhos. Não manjo nem mesmo das estruturas básicas de
quadrinização. E isso foi muito útil para mim quando peguei Sinal e Ruído pela
primeira vez. Eu apenas peguei aquela capa louca e trouxe comigo para casa.
A primeira coisa que me chamou
atenção foi a ilustração maluca na capa, uma espécie de ser onírico segurando
uma montanha entre nuvens. Acho que me remeteu direto às capas de Sandman,
mesmo que na hora eu não tenha me dado conta disso.
Como sempre, os nomes dos caras
que tinham feito aquela graphic novel tiveram
peso na decisão final. Paguei, peguei e levei. E por que estou enrolando tanto
para falar sobre essa HQ da minha estante? Bom, talvez pelo fato dela ainda me
trazer uns arrepios estranhos no alto da cabeça, como se uma chave virasse toda
vez que eu leio o título Sinal e Ruído.
Acontece que eu fiquei numa baita
crise existencial depois de ler Sinal e Ruído. E falo tão sério quanto poderia
dizer. Um cineasta recebe a noticia de que está prestes a morrer, mas antes ele
resolve terminar o filme que está produzindo em sua cabeça. O tempo inteiro
passeamos entre o real e o mental e às vezes eu me perdia sem saber exatamente
onde estava entre esses dois pontos.
Lendo sinal e ruído, descobri
medos que nem tinha. Como morrer sem deixar nada de útil para quem ficar. Medo
de não deixar a tal marca no mundo. Medo de não ser, nem por um minuto,
lembrado como gostaria. Parecem preocupações inúteis ( talvez até realmente
sejam) mas quando você sabe que logo vai morrer, qualquer coisa pode tomar uma
importância inédita.
As foto-colagens-montagens de
Mckean me deixam até hoje meio alucinada, como se o cérebro tentasse codificar
coisas que nem estão ali.
Acho que assim como Apagão, essa HQ
é fácil de encontrar e tem precinho camaradinhas.
Bom, acho que é isso!
Até a próxima!
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