Autor: Cecelia
Ahern
Gênero: Romance | Chick-lit no sense (ok, acabei de inventar esse gênero)
Páginas: 384
Páginas: 384
Editora: Novo Conceito
Lucy está prestes a fazer trinta
anos e tem uma vida perfeita: mora num estúdio no centro de Dublin, se dá bem
com sua família de comercial de margarina e seus amigos a admiram muitíssimo,
principalmente por ela ser uma mulher emancipada e independente, que abriu mão
de um relacionamento de longa data porque não encontrava mais sentido naquilo.
Ah, ela tem um trabalho incrível onde é super requisitada por falar cinco
línguas. Está tudo tão bem que a protagonista não sabe como poderia
melhorar.
Bom, realmente isso tudo seria
maravilhoso se fosse verdade. Lucy Silchester se acostumou a mentir
compulsivamente. Se acostumou tanto
que passou a acreditar em suas próprias
mentiras. Para ela estava tudo bem afinal. Tinha construído uma bolha onde
ninguém poderia mais machuca-la.
E numa bela manhã ela recebe o
convite para se encontrar com Vida. Nessa história, as vidas das pessoas são
outras pessoas. No caso, a vida de Lucy era um homem mal cuidado, grosseiro e
desleixado. Sem contar que ele também era um grosseirão e tinha um mau hálito
de doer. Sinceramente, gostei desse elemento non-sense na história.
E o que esperar de alguém que foi
jogado para escanteio, soterrado por mentiras? O trabalho de Vida é consertar
Lucy. Fazê-la voltar a viver, a se colocar em primeiro lugar na lista de
prioridades.
Ao longo de trinta capítulos
acompanhamos as desventuras de Lucy e Vida, com passagens de bom humor,
mescladas a quadros de psicodramas pessoais. Os diálogos são um show a parte,
com tiradas inteligentes.
A narração —como acontece com a
maioria dos chick-lits — é em primeira
pessoa, ou seja, temos a companhia de Lucy todo tempo de leitura e é
interessante perceber como o ânimo e a psique da personagem vão mudando ao
longo do livro.
Algumas passagens que mostravam a
obsessão dela pelo ex-namorado-perfeito-que-todo -mundo-amava me pareceram um
pouco arrastadas e redundantes, afinal isso seria mostrado novamente ao longo
dos capítulos.
Outro detalhe que me incomodou um
pouco foi o fato de a autora ter dado a entender que poderia haver um romance
entre Riley (irmão de Lucy) e Claire (vizinha de Lucy). No entanto, no final do
livro, a vizinha volta com o marido e todo o flerte de porta acaba sendo
inútil.
Posso dizer que curti essa
leitura, principalmente pelo tipo de abordagem psicológica de Lucy, que não é só
uma personagem atrapalhada. É uma mulher que tem um monte de defeitos e aprende
que a melhor maneira de lidar com eles é
encarando de frente.
Vida longa e próspera, Folks!
Até a próxima!
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