Flores Mortais

em sábado, 25 de abril de 2015

Autor: Giulia Moon
Gênero: Fantasia, Ficção, Literatura Brasileira
Páginas: 224
Editora: Giz Editorial

Encantada. Foi assim que fiquei ao ler as delicias literárias escondidas sob a capa de Flores Mortais. São oito contos estrelados por vampiras fortes, sensuais, lindas e principalmente: letais.

Desde quando adquiri o livro, fiquei procrastinando a leitura. Sabia que seria especial, uma vez que já sou leitora compulsiva da Giulia. Às vezes eu abria o livro, só para ficar folheando as ilustrações lindas de viver.


O carinho e o cuidado com o projeto gráfico são tão explícitos, que assim que pegamos o livro sentimos os detalhes: a diagramação, o dispor de cada pedacinho pronto para seduzir o leitor não só com o conteúdo, mas sensorialmente, afinal as ilustrações que a escritora produziu para esse livro são um deleite. Seus traços branquíssimos perfazem o caminho das páginas negras que abrem cada conto do livro!

Mas vamos lá, deixemos esses namoricos de leitor de lado, pois temos oito contos para discorrer nessa resenha:

Rock’n Rose

Rose Mistral é uma Rock Vamp absoluta, musical e... sente que está ficando de coração mole. Mas experimente fazer mal ao seu jantar, para ver se ela não torce seu pescoço em dois segundos!

Danse Macabre

Pirei na batatinha. Uma dona Vampira com V maiúsculo decidiu fazer uma coleção de vampiros com os maiores cérebros e talentos de todos os tempos. Só que ela tinha uma irmã. Relacionamentos Vampírico-familiares sempre dão um ótimo enredo! Foi uma surpresa deliciosa entender as nuances do conto, uma vez que a escritora brinca com nossa percepção. Sem mais. Apenas leia baby, e entenderá o que estou falando.

A Santa dos Meninos da Rua

O Protagonista dessa história é um garoto que vive mais na rua do que em casa e passa os dias a tentar descolar uns trocados para sobreviver. 

Um conto Natalino e super fofo. Ainda assim, tem vampiros, ou melhor, Vampiras. Então baby, cuidado.

MAYA

Assim mesmo, em letras garrafais, pois Maya tornou-se meu conto FA-VO-RI-TO de todo o livro. Nham nham. Logo quando comecei a ler, pensei: “ lá vem a vamperua”. Conheci a protagonista desse conto numa antologia antiguinha, chamada “ Dama-Morcega”. Como a história era curta, acabei ficando com uma imagem que não fazia jus a essa vampirona deslumbrante.

Fiquei boquiaberta quando vi que a escritora alinhavou esse conto ao universo dos olheiros de vampiros (que conhecemos mais profundamente na série Kaori).
Falei das ilustrações lindíssimas?
Terminei o conto pedindo mais e com a certeza absoluta de Maya ser uma “vampdiva” tresloucada, impulsiva, apaixonada e apaixonante. Detalhe: Quero um mordomo para mim também.





Dama-Morcega

Conto que deu título ao pocket book que mencionei no parágrafo anterior, ganhou uma nova roupagem, uma linguagem mais fluída e porque não dizer, maligna?

Aqui temos Agnes, uma vampira escravizada por um dono de circo nada agradável. A moça tem seu destino completamente transformado quando conhece “O Doutor”. Desde a primeira vez que li esse conto havia nele algo que me encantava, uma atmosfera atrativa, aconchegante, como tentáculos de escuridão que vão nos arrastando pouco a pouco para o lado mais sombrio de nossas mentes.

Relendo esse conto, em sua versão 2.0 percebi finalmente o que mais havia me enfeitiçado: a forma sutil e onírica com que Giulia descreveu as crises epiléticas do doutor. Chega a ser sufocante a sensação de estar preso em suas próprias sombras. Simplesmente incrível.

As Vampiras de Kenshin

Li esse conto anteriormente no livro Território V, uma coletânea de contos vampíricos de vários autores. Foi a primeira vez que me deparei com uma linda, sedutora e mortal Vampiresa Negra, feita para o combate.

Muito astuta, Negra Luzia, ou melhor, “Black Night” é paga para resgatar um ídolo japonês das garras de fãs malucas, de caráter duvidoso e sequestrador. As cenas de luta são super dinâmicas e avassaladoras, com direito a uma surpresinha pra lá de bem humorada!

Dragões Tatuados

Numa Manhã Paulistana, num desses quartos de hotel barato, Samuel acorda com uma dor de cabeça fenomenal, uma enorme tatuagem de dragão nas costas (que inveja) e dois pontinhos coagulados no pescoço. Como ele conseguiu tudo isso? Digamos que sua profissão tem seus perigos e que vira e mexe, servir de lanchinho para um vampiro, pode fazer parte do ofício.

Eu amo essa história. Mais uma vez, um conto que conheci em outra coletânea, “Amor Vampiro”. Foi bem aqui que tive meu primeiro contato com Kaori, uma misteriosa e encantadora vampira oriental que mais tarde se tornou uma das minhas séries de livros vampíricos preferida.

A Exótica Dama Oriental e o Inesperado Luar

Ahá! Tinha mesmo que haver algo de especial nessa coletânea. Apresento-lhe meu caro leitor, o primeiro crossover entre vampiros da Literatura Fantástica Brasileira, unindo os universos de dois personagens do gênero: O Vampiros Luar e a Kyuketsuki Kaori, criada pela Giulia!

Para quem conhece o trabalho de Kizzy (cirador de Luar) e da Moon, foi simplesmente uma delícia presenciar o encontro desses dois numa são Paulo do começo do século XX, nos arredores da Sé. Um encontro noturno, um confronto de forças que só teve fim (ou seria pausa?) pelo nascer do sol. Simplesmente Delicioso! Mas essa é apenas a primeira parte do encontro. Na Coletânea de Kizzy, chamada “Eterno Castigo” temos a continuação desse impasse vampírico! É claro que já li (hehehe). Morreria de ansiedade! Por isso trouxe os dois comigo quando fui na bienal do livro internacional, ano passado.



Terminei a leitura desse livro encantada, com vontade de reler todos os outros livros dos quais os contos fazem parte. Talvez você se pergunte qual a vantagem de ter um livro cuja maioria dos contos já foram publicados em outras coleções. Então lhe respondo sincera: FACILIDADE.

É ótimo poder encontrar as versões atualizadas dos contos num único volume, economizando-me o tempo de procurá-los nos outros livros! E sem contar a singularidade de Flores mortais trazer consigo o crossover Kaori-Luar. Fiquei dando pulinhos tieteiros!

Leitura Mega recomendadíssima, já que todos os textos tem uma qualidade incrível, pétalas de universos que se interligam pelo sobrenatural através da escrita impecável de Giulia Moon.

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