Autor: Giulia Moon
Gênero: Fantasia, Ficção, Literatura Brasileira
Páginas: 224
Editora: Giz Editorial
Encantada. Foi assim que fiquei
ao ler as delicias literárias escondidas sob a capa de Flores Mortais. São oito
contos estrelados por vampiras fortes, sensuais, lindas e principalmente:
letais.
Desde quando adquiri o livro,
fiquei procrastinando a leitura. Sabia que seria especial, uma vez que já sou
leitora compulsiva da Giulia. Às vezes eu abria o livro, só para ficar
folheando as ilustrações lindas de viver.
O carinho e o cuidado com o
projeto gráfico são tão explícitos, que assim que pegamos o livro sentimos os
detalhes: a diagramação, o dispor de cada pedacinho pronto para seduzir o
leitor não só com o conteúdo, mas sensorialmente, afinal as ilustrações que a escritora produziu para esse livro são um deleite. Seus traços branquíssimos perfazem o caminho das páginas negras que abrem cada conto do livro!
Mas vamos lá, deixemos esses
namoricos de leitor de lado, pois temos oito contos para discorrer nessa
resenha:
Rock’n Rose
Rose Mistral é uma Rock Vamp
absoluta, musical e... sente que está ficando de coração mole. Mas experimente
fazer mal ao seu jantar, para ver se ela não torce seu pescoço em dois
segundos!
Danse Macabre
Pirei na batatinha. Uma dona
Vampira com V maiúsculo decidiu fazer uma coleção de vampiros com os maiores
cérebros e talentos de todos os tempos. Só que ela tinha uma irmã.
Relacionamentos Vampírico-familiares sempre dão um ótimo enredo! Foi uma
surpresa deliciosa entender as nuances do conto, uma vez que a escritora brinca
com nossa percepção. Sem mais. Apenas leia baby, e entenderá o que estou
falando.
A Santa dos Meninos da Rua
O Protagonista dessa história é
um garoto que vive mais na rua do que em casa e passa os dias a tentar descolar
uns trocados para sobreviver.
Um conto Natalino e super fofo. Ainda assim, tem
vampiros, ou melhor, Vampiras. Então baby, cuidado.
MAYA
Assim mesmo, em
letras garrafais, pois Maya tornou-se meu conto FA-VO-RI-TO de todo o livro.
Nham nham. Logo quando comecei a ler, pensei: “ lá vem a vamperua”. Conheci a
protagonista desse conto numa antologia antiguinha, chamada “ Dama-Morcega”. Como
a história era curta, acabei ficando com uma imagem que não fazia jus a essa
vampirona deslumbrante.
Fiquei boquiaberta quando vi que a escritora alinhavou esse conto ao universo dos
olheiros de vampiros (que conhecemos mais profundamente na série Kaori).
Falei das ilustrações lindíssimas? |
Terminei o
conto pedindo mais e com a certeza absoluta de Maya ser uma “vampdiva”
tresloucada, impulsiva, apaixonada e apaixonante. Detalhe: Quero um mordomo para mim também.
Dama-Morcega
Conto que deu título ao pocket
book que mencionei no parágrafo anterior, ganhou uma nova roupagem, uma
linguagem mais fluída e porque não dizer, maligna?
Aqui temos Agnes, uma vampira
escravizada por um dono de circo nada agradável. A moça tem seu destino
completamente transformado quando conhece “O Doutor”. Desde a primeira vez que
li esse conto havia nele algo que me encantava, uma atmosfera atrativa, aconchegante,
como tentáculos de escuridão que vão nos arrastando pouco a pouco para o lado mais
sombrio de nossas mentes.
Relendo esse conto, em sua versão
2.0 percebi finalmente o que mais havia me enfeitiçado: a forma sutil e onírica
com que Giulia descreveu as crises epiléticas do doutor. Chega a ser sufocante
a sensação de estar preso em suas próprias sombras. Simplesmente incrível.
As Vampiras de Kenshin
Li esse conto anteriormente no
livro Território V, uma coletânea de contos vampíricos de vários autores. Foi a
primeira vez que me deparei com uma linda, sedutora e mortal Vampiresa Negra,
feita para o combate.
Muito astuta, Negra Luzia, ou
melhor, “Black Night” é paga para
resgatar um ídolo japonês das garras de fãs malucas, de caráter duvidoso e
sequestrador. As cenas de luta são super dinâmicas e avassaladoras, com direito
a uma surpresinha pra lá de bem humorada!
Dragões Tatuados
Numa Manhã Paulistana, num desses
quartos de hotel barato, Samuel acorda com uma dor de cabeça fenomenal, uma
enorme tatuagem de dragão nas costas (que inveja) e dois pontinhos coagulados
no pescoço. Como ele conseguiu tudo isso? Digamos que sua profissão tem seus
perigos e que vira e mexe, servir de lanchinho para um vampiro, pode fazer parte do
ofício.
Eu amo essa história. Mais uma
vez, um conto que conheci em outra coletânea, “Amor Vampiro”. Foi bem aqui que
tive meu primeiro contato com Kaori, uma misteriosa e encantadora vampira
oriental que mais tarde se tornou uma das minhas séries de livros vampíricos
preferida.
A Exótica Dama Oriental e o Inesperado Luar
Ahá! Tinha mesmo que haver algo
de especial nessa coletânea. Apresento-lhe meu caro leitor, o primeiro
crossover entre vampiros da Literatura Fantástica Brasileira, unindo os
universos de dois personagens do gênero: O Vampiros Luar e a Kyuketsuki Kaori,
criada pela Giulia!
Para quem conhece o trabalho de
Kizzy (cirador de Luar) e da Moon, foi simplesmente uma delícia presenciar o
encontro desses dois numa são Paulo do começo do século XX, nos arredores da
Sé. Um encontro noturno, um confronto de forças que só teve fim (ou seria
pausa?) pelo nascer do sol. Simplesmente Delicioso! Mas essa é apenas a
primeira parte do encontro. Na Coletânea de Kizzy, chamada “Eterno Castigo”
temos a continuação desse impasse vampírico! É claro que já li (hehehe). Morreria
de ansiedade! Por isso trouxe os dois comigo quando fui na bienal do livro
internacional, ano passado.
Terminei a leitura desse livro
encantada, com vontade de reler todos os outros livros dos quais os contos
fazem parte. Talvez você se pergunte qual a vantagem de ter um livro cuja
maioria dos contos já foram publicados em outras coleções. Então lhe respondo
sincera: FACILIDADE.
É ótimo poder encontrar as
versões atualizadas dos contos num único volume, economizando-me o tempo de procurá-los
nos outros livros! E sem contar a singularidade de Flores mortais trazer
consigo o crossover Kaori-Luar. Fiquei dando pulinhos tieteiros!
Leitura Mega recomendadíssima, já
que todos os textos tem uma qualidade incrível, pétalas de universos que se
interligam pelo sobrenatural através da escrita impecável de Giulia Moon.
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