Autor: Raphael Draccon
Gênero: Ficção, fantasia
Páginas: 352
Editora: Fantástica Rocco
O que dragões, demônios, uma
árvore sabichona, um patrulheiro interdimensional e cinco humanos de diferentes
lugares do planeta Terra têm em comum? Um título: Cemitérios de Dragões - Legado Ranger I. Admito
que fiquei com pé atrás quando comecei a ler esse livro. “Como ele vai misturar
tudo isso?” — Me perguntei. E não é que, na dimensão demoníaca onde se passa a
história tudo isso faz sentido?
Cemitérios de Dragões é diferente
de qualquer coisa que eu já tenha lido. Com conexões que a principio não
fazem sentido, a história vai se construindo com a jornada de 5 humanos
aparentemente perdidos numa outra dimensão, povoada por seres estranhos e
dominada por demônios sádicos, estúpidos e cruéis, que claro, estão
escravizando a população nativa.
Os acontecimentos sucedem-se de
maneira rápida e dinâmica, a narrativa é sensorial e as cenas de luta são
instigantes. E mesmo com tudo isso, cheguei num período da leitura em que a indignação
subiu pela garganta e se transformou em reclamações no ouvido de minha parceira
aqui no blog:
— Caramba, só tem dragão morto nessa
história!
— Mas Dany, qual é o nome do
livro?
— Cemitérios de Dragões!... Ah é,
faz sentido.
E foi assim que me resignei e
continuei a leitura, entre cadáveres de dragões, sangue e lutas. Acredite se
quiser, essa dimensão tratada no livro tem até bruxas-demônio. Os personagens
são cativantes e não são, nem de longe, o estereótipo de herói. Exceto o Derek. Ele é o cara todo certinho de
suas convicções, sempre pronto para lutar e com mega tino para batalhas.
Houve um momento no livro em que
me senti criança novamente, vendo heróis lutarem contra demônios. E por falar
em demônios, sinceramente, os achei um tanto babacas.
Nesse livro, demônios são apenas
demônios e nessa palavra você pode carregar toda a conotação negativa e
deturpada que esse substantivo possa ter. São demônios-demônios, nada mais. Não
há um complexo emaranhado de fatores para suas atitudes-artimanhas.
A diagramação e o projeto gráfico
são impecáveis, com direito a recursos visuais que ajudam a entrar no texto cada
vez mais fundo. Exemplo disso é o recurso de alterar a fonte utilizada nas
falas dos demônios e no dialeto utilizado na dimensão em que a história se
passa.
A utilização de termos tecno-científicos ajuda a dar uma puta verossimilhança para o livro e
há um casamento perfeito entre tecnologia avançada e povoados ignorantes no
melhor estilo idade média.
Cemitérios de Dragões é uma
aposta alta que incrivelmente deu certo. Ainda que eu tenha ressalvas, o livro
é sim uma leitura bacana com aventura, pancadaria, tomadas de decisões que
podem mudar o rumo de tudo a todo instante . Mulheres guerreiras no melhor estilo
Xena tem destaque especial no livro, o que me agradou muitissimamente.
Diversão garantida com sabor de
quero mais. E tem mesmo. O epílogo é de tirar o fôlego!
Terminada a leitura do livro
fiquei com uma margarida nas mãos e despetalando-a, me perguntei: gostei ou não
gostei?
Vamos lá, que está na hora das ressalvas:
Coisas que me deram nos nervos:
- Pacto: Em determinada parte da história, o grupo dos cinco humanos fecha um acordo com um demônio. E me pergunto, que raio de pacto foi esse?! Não posso explicar muito, pois acabo de chegar no limite do spoiler.
- Mihos: Qual o papel que essa criatura tem na história
toda? O achei muito...
inútil echeio de mimimi. Estou torcendo para que ele funcione melhor no próximo livro.
Coisas que aprendi com essa
leitura:
Cuidado com sua obstinação. Pode
haver um demônio de olho na sua alma.
Personagens:
Gostei mais de dois personagens:
Daniel e Amber.
Detestei: Mihos.
Fui cativada: Por Romain (É um
idiota, mas ganhou minha simpatia. Ainda não entendi o motivo.)
Admirei: Ashanti. Ela é
simplesmente excepcional.
Não liguei muito: Derek, mesmo
que ele seja muito importante para a história.
Não fede nem cheira: O príncipe
Röga, o demônio Astaroph e a bruxa-demônio Ravenna.
Em Cemitérios de Dragões não
cheguei a odiar os vilões. Eles apenas desempenham o seu papel —sendo maus
porque são demônios e sendo demônios porque são maus — Não surpreendem, mas também não decepcionam.
Houve um momento do livro em que
revirei os olhos com um pingue pongue entre demônios chato pra cacete, mas como
o saldo do livro é bom, acabei relevando.
No final, ainda não sei se gostei
ou não do livro, mas é uma leitura que empolga, uma ficção tão interessante que
indico sim essa leitura para quem está afim de sair da mesmice dos livros de
fantasia. ;)
Galerinha que leu o livro, vou adorar saber o que acharam!
E quem não leu, ficou tentado?
Contem-me tudo, escondam-me nada!
Até a próxima!
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