Resenha - Dragões de Titânia A Batalha de Argos

em quinta-feira, 26 de junho de 2014



Fantasia, aventura, pancadaria, humor, emoção, personagens cativantes e um universo paralelo divertidíssimo no melhor estilo RPG medieval: eis a combinação eletrizante, e porque não dizer, explosiva de Dragões de Titânia. Ufa!

Antes de falar da história ou dos personagens, prefiro nos ambientar no cenário, pois não estamos em um lugar qualquer. Estamos nos domínios do grandioso Império de Titânia! “O centro do mundo conhecido”. Mais precisamente em Argos, uma ilhota de belas vilas, paisagens, rios, campos verdes e povoado por uma gente presunçosa, que ainda acha que preconceito está na moda. Não bastasse isso, a ilha está sob o governo do autointitulado Barão Ricardus I, que vem tocando o verdadeiro terror, a escravizar a população, em sua maioria camponesa, para minerar platina no vulcão de Ghor.

Bom, como todo déspota opressor que se preze, Ricardus I, ou simplesmente “Barão” tem de aturar constantemente os boicotes de um grupo de rebeldes irritantes. E era exatamente nesse ponto onde eu queria chegar! Pois é com este grupo de rebeldes que seguiremos até o fim da história!

E por falar em história...


Ao aterrissar no continente, digo, começarmos a leitura, somos recebidos por uma calorosa batalha entre o Barão que já falei lá em cima e um grupo de rebeldes que lutam pela liberdade de Argos. E é assim, no meio da batalha que somos apresentados aos mocinhos.

Ao final da batalha a mina clandestina de platina é praticamente soterrada e os rebeldes saíram quase vitoriosos. Eu digo “quase” porque um pouco antes da muvuca acabar, o Barão mata uma integrante do grupo: a elfa Lerandra (só quando li pela segunda vez o livro foi que percebi que ela de se chama LERANDRA, até então eu sempre tinha lido LEANDRA hahahaha).

Durante uma triste reunião os guerreiros se reúnem e decidem se dividir em dois grupos: um levará o corpo de Lerandra para ser sepultado em sua terra natal, a terra dos elfos, Álfheimr, enquanto o outro levará uma amostra de platina à capital e tentará marcar uma audiência com o Imperador para delatar os desmandos injustos do tal Barão. E é a partir daqui que a história começa de verdade, com muitas reviravoltas e um ritmo alucinante!


E por falar em ritmo...


O ritmo mantido pelo autor é surpreendente: Durante toda história uma grande teia de acontecimentos onde surgem novos personagens vai sendo tecida, sem, no entanto, perder o foco do tema central. É como ver um mestre dos malabares manipulando graciosamente um sem número de objetos de diferentes formas sem perder a magnitude do número!

O espírito Titaniano de Dragões de Titânia nos envolve desde a primeira página, pois, muito além das descrições, a própria linguagem narrativa é impar, o que o confere mais um detalhe característico a obra, fazendo com que não se encaixe em padrão algum. É como ouvir um velho amigo contando casos... Renato Rodrigues foi além de escrever, se mostrou um autêntico “contador de histórias”. E acredite, isso torna a leitura muito mais instigante!

Os personagens são super divertidos e tão bem desenvolvidos que é possível saber quem está falando só pela forma de se expressarem. Esse grupo de amigos é tão cativante que você passará a falar de cada um deles como se fossem pessoas de verdade (eu não duvido), com suas manias, tics, qualidades e defeitos. Não temos aqui nenhum herói de capa e corcel branco, mas um grupo de anti heróis que superaram (ou tentam né?) a barreira de aceitar uns aos outros como eles são, formando uma família maluca, que mesmo sem fazer o menor sentido se torna mais unida que torcida de time organizado, se me permite a comparação impertinente.

A Batalha de Argos fala de amizade, lealdade, aventura, companheirismo e principalmente, da capacidade incrível de aceitar e trabalhar com as diferenças. Afinal, sei que alguém já andou dizendo por aí que são justamente nossas diferenças que nos tornam iguais. E esse pensamento nunca fez tanto sentido como depois de ler esse livro.
Sabe aqueles livros de aventura que nos fazem viajar, rir, chorar, xingar, torcer e  ficar com pulgas atrás da orelha? Pois bem, Dragões de Titânia – A Batalha de Argos - nos traz tudo isso, e ainda provoca nossa imaginação através das ilustrações lindíssimas da Carolina Mylius.


E depois de tudo isso você pergunta: “Onde estão os Dragões?” E eu te respondo: Só lendo para saber! E para completar, segue o book trailer:





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